O ano é 1972. Lillian F. Schwartz é uma das primeiras artistas a utilizar computador para conceber suas obras. Em Mutations (1972), ela explora a captação de imagens de laser por computador. Com trilha de Jean-Claude Risset, o vídeo apresenta uma série de imagens "mutantes" que num jogo de fusões criam formas abstratas, que interagem diretamente com uma trilha completamente desconstruída e experimental.
Aos menos entusiastas, sugiro uma reflexão temporal sobre o momento de construção da obra, e o visual completamente contemporâneo que essa fusão de imagens apresenta. Com os softwares de computação gráfica avançados que conhecemos hoje, pode ser um pouco frustrante entender os efeitos visuais apresentados, mas é indiscutível o seu valor vanguardista, quando pensamos neste início de diálogo da Arte com a Tencologia em plena década de 1970.
Assisto a este vídeo e tenho a sensação de mergulhar numa "nostalgia futurista", se for possível a utilização deste termo devido ao paradoxo de conceitos. Fico imaginando tamanho arrebatamento que a platéia em Cannes sentiu ao ser apresentada a estas imagens em 1974.
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