12.21.2011

Mutations (1972)



O ano é 1972. Lillian F. Schwartz é uma das primeiras artistas a utilizar computador para conceber suas obras. Em Mutations (1972), ela explora a captação de imagens de laser por computador. Com trilha de Jean-Claude Risset, o vídeo apresenta uma série de imagens "mutantes" que num jogo de fusões criam formas abstratas, que interagem diretamente com uma trilha completamente desconstruída e experimental.

Aos menos entusiastas, sugiro uma reflexão temporal sobre o momento de construção da obra, e o visual completamente contemporâneo que essa fusão de imagens apresenta. Com os softwares de computação gráfica avançados que conhecemos hoje, pode ser um pouco frustrante entender os efeitos visuais apresentados, mas é indiscutível o seu valor vanguardista, quando pensamos neste início de  diálogo da Arte com a Tencologia em plena década de 1970.

Assisto a este vídeo e tenho a sensação de mergulhar numa "nostalgia futurista", se for possível a utilização deste termo devido ao paradoxo de conceitos. Fico imaginando tamanho arrebatamento que a platéia em Cannes sentiu ao ser apresentada a estas imagens em 1974.

Studies in Perception

Kenneth Knowlton e Leon Harmon
Studies in Perception, 1966
Impressão Fotográfica sobre papel
150 x 370 cm
Coleção do Philadelphia Museum of Art, EUA

No início da década de 1960, os primeiros cientistas iniciaram a criação de gráficos por computador. A maioria deles trabalhava em grandes empresas ou estudavam em universidade, já que os computadores eram caros e enormes. A arte digital iniciou-se da curiosidade destes cientistas em criarem imagens geradas eletronicamente e impressas através de grandes impressoras plotter.

As primeiras exposições de arte digital ocorreram por volta de 1965 com Georg Nees, onde apresentou seus desenhos realizados em computador na Galeria Wendelin Niedlich de Estugarda.

Foi numa brincadeira de criar uma imagem divertida, para divertir e surpreender seus superiores, que Kenneth Knowlton e Leon Harmonn criaram conjuntamente em 1966, Studies in Perception. Tendo como base a foto de um nu, tranformaram-na numa imagem de computador de 3,7 m, formada por pequenos símbolos digitais para transítores.

A obra ficou esquecida durante um tempo, no fundo do armazém do Bell Labs, fórum para trabalhos experimentais com computadores, de onde surgiram os primeiros artistas digitais, por ser considerada inapropriada.

Tempos depois o Museu de Arte Moderna de Nova York fez pequenas impressões ilimitadas da imagem, e em 11 de outubro de 1967 foi publicada pelo New York Times, em sua segunda página. Pode-se considerar que Studies in Perception, é uma das primeiras obras de arte da história da arte digital.

11.17.2011

Expo Cosmopolitas • 17 a 19 de novembro

Gêmeas (60x100 cm) • Leandro Dário

Uma mulher cidadã do mundo. Sem fronteiras. Essa é a mulher dos anos 10. Com esse mote, o Bazar Sophistiqué e a Plus Galeria apresentam a exposição Cosmopolitas. A mostra é diferente, a começar pelo formato. As 21 obras estão em um container de luxo, com seis metros de comprimento, na entrada do Oliveira’s Place, onde acontece o Bazar.

Sweet Blood (Sabrina Eras)

A exibição é composta exclusivamente de retratos de mulheres, em diversas técnicas como aquarela, acrílica, nanquim e colagem. As obras são assinadas por artistas renomados como Fernando Carpaneda (NY), Lupe (RJ), Sabrina Eras e Leandro Dário (SP), e os goianos Oscar Fortunato , Diogo Rustoff, El Mendez, Marcelo Peralta e Marcelinho Henrique. A curadoria é da Plus Galeria e foi feita especialmente para o Bazar Sophistiqué.

Serviço
Local: Oliveira’s Place, Rua T-37, nº 3.839 Setor Bueno, Goiânia, Goiás.

Data: 17 a 19 de novembro, das 10 às 22 horas
Entrada franca
Estacionamento privativo gratuito.

Container de 6 x 2,4 m grafitado por Diogo Rustoff e ARXV


 Assessoria de Imprensa e texto:  Andrea Regis
(11) 8472-4008 e (62) 9690-1878

11.04.2011

Jena wears Royaltee

 
Quando a amiga Alice Goldfarb me enviou um e-mail pedindo que criasse o convite de lançamento de sua marca eu fiquei enlouquecido. A possibilidade de criar a cara de uma nova marca é um desafio grande, mas que se der certo pode ser a chave de sucesso pra todas as pessoas envolvidas. Assim que a Alice me apresentou as fotos de suas t-shirts incríveis comecei a imaginar em quem seria essa modelo que vestiria aquelas criações.

Comecei a fazer uma pesquisa e encontrei uma garota que até então não conhecia, chamada: Jena Malone. Não foi necessariamente a beleza de Jena que me cativou, mas a sua característica camaleoa, se você der uma simples "googada" vai entender o que estou dizendo. Além de uma história familiar pra lá de descolada, Jena tem uma perturbação interna que me cativa completamente. Adoro pessoas que fogem dos padrões, que pareçam não pertencer ao mundo.




A partir da escolha do padrão de mulher que gostaria de ilustrar, comecei a criar a personalidade da garota que estaria vestindo Royaltee. Pra compor a ilustração selecionei a peça que considerava mais adequada pra criar essa imagem, e comecei a brincar com ela, vestindo, tirando fotos, testando o caimento do tecido, o movimento dos aviamentos, como se comportariam os detalhes.



Essa peça de franjas me levou a loucura, era tudo o que eu precisava pra criar algo realmente impactante. À partir deste momento já tinha tudo: a modelo e sua personalidade definidas e o figurino com o qual deveria trabalhar. Comecei traçando o desenho a mão, e criando o sketch da ilustração.

À partir disso comecei o trabalho de finalização do desenho digitalmente. A escolha das cores e dos fundos, a composição do desenho com o logo, o estudo de cores. Pro fundo do desenho trabalhei com a estampa de flores do campo, que estão presentes em algumas peças da coleção, retracei a estampa criada pela Alice e criei um pattern que preenchesse todo o fundo, enriquecendo o desenho e colocando-o dentro da atmosfera da marca. Os tons de azul aconteceram naturalmente, depois de um estudo da cartela de cores dos produtos e uma conversa com Alice onde ela me contou sobre o azul que dominava grande parte da coleção.


Usei a mesma ilustração do fundo colorido do desenho pra criar elementos que preenchessem o vazio do verso do cartão, o que trouxe toda a feminilidade necessária pro projeto e esse encantamento meio art noveau. O chapéu veio de uma foto de referência que eu amo e que tem total a atmosfera do desenho concebido.


Com a ilustração pronta, parti para o design e cheguei no convite abaixo, que foi enviado para todos os convidados, e foi um sucesso total! A marca foi lançada na Galeria do James Lisboa (Leiloeiro Oficial), em meio a Portinaris, Hélio Oiticicas, Cildos e tantos outros artistas maravilhosos.


Amei amei amei fazer este trabalho, o coquetel de lançamento foi lindo, no jardim da galeria em meio à esculturas maravilhosas, drinks e quitutes deliciosos. Parabéns amiga pelo lançamento, pela sua produção linda, e obrigado pela oportunidade de realizar este trabalho lindo.

Bisous,
Leandro Dário

8.08.2011

Roupa nova

Vou recomeçar o blog. Esse espaço será dedicado a demonstração dos meus trabalhos e do processo criativo que percorro pra chegar ao resultado final das minhas ilustrações. Espero que vocês gostem! Abraços.